segunda-feira, 26 de setembro de 2011

TV paga: desnacionalização com concentração e mais propaganda

Por Beto Almeida (Jornalista, membro da Junta Diretiva da Telesur)

Sancionou-se nova lei da TV paga permitindo as teles – campeãs de reclamações por maus serviços e preços escorchantes - atuar em TV, sem qualquer restrição a oligopolização. A lei permite a desnacionalização de 100 por cento. Agora, na TV paga pode-se exibir tanta publicidade quanto na TV aberta. Bi-tributação! Ampliada a desnacionalização que começou com 49 por cento na TV a cabo, agora, transnacionais do jornalismo sórdido como Murdoch, podem dominar o setor. Cineastas se iludem com as cotas para a produção nacional. Quando existia a Embrafilme, havia 40 por cento de filme brasileiro. Quando existia a CEME, os mais pobres tinham acesso gratuito aos remédios mais usados, o que findou com a sua privatização. O mesmo com a privatização da Petrofértil. Ante a gravidade da desnacionalização e concentração de uma área tão estratégica, recorro a palavras de Einstein sobre os oligopólios:

“O capital privado tende a se concentrar em poucas mãos, em parte devido à competição entre os capitalistas, e em parte porque o desenvolvimento tecnológico e a crescente divisão do trabalho alentam a formação de unidades maiores de produção em detrimento das menores. O resultado destes desenvolvimentos é uma oligarquia do capital privado cujo enorme poder não pode ser controlado efetivamente nem sequer por uma sociedade política democraticamente organizada. Isto é assim porque os membros dos corpos legislativos são selecionados pelos partidos políticos, em grande medida financiados ou de alguma maneira influenciados por capitalistas privados que, por todos efeitos práticos, separam o eleitorado da legislatura. A conseqüência é que os representantes do povo não protegem suficientemente os interesses dos grupos não privilegiados da população. Por outra parte, nas condições atuais os capitalistas privados controlam, direta ou indiretamente, as principais fontes de informação (imprensa escrita, rádio, educação). É então extremamente difícil, e por certo impossível na maioria dos casos, que cada cidadão possa chegar às conclusões objetivas e fazer uso inteligente de seus direitos políticos”.

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