O professor
da rede estadual de ensino do Maranhão, Abedenego Ribeiro, finalmente saiu da
delegacia de Açailândia, onde ficou preso, ilegalmente, por dois dias, e entrou
em surto diante da violência e do constrangimento sofrido com a prisão.
De acordo
com informações prestadas por familiares, professores e estudantes do Centro de
Ensino Terezinha Rego, em Itinga, de onde o professor foi levado algemado, foi
preciso uma equipe médica especializada para tirar o professor da delegacia,
mesmo após a decisão judicial de prisão ilegal.
“O professor
entrou em surto. Os policiais o levaram de dentro da sala de aula na nossa
frente”, disse um aluno que não quis ser identificado, com medo de represálias
da direção da escola.
O professor
foi levado para tratamento no Hospital de Clínicas Gaspar Viana, em Belém (PA),
para recuperação do trauma sofrido. Ele foi transferido, nesta quinta-feira
(6), com muita dificuldade, em uma ambulância de emergência da cidade de Dom
Eliseu (Pará).
Segundo
informações prestadas em depoimentos por testemunhas, na última segunda-feira,
3, o professor foi surpreendido por policias na sala de aula do Centro de
Ensino Terezinha de Jesus Coelho Rocha e obrigado a se despir na frente dos
seus alunos para verificar se estava portado armas, depois que a direção da
escola, sem justificativa, ligou para a polícia e pediu para retirar o
profissional das dependências da escola.
Segundo
familiares, inicialmente, o professor foi levado para a delegacia de Itinga,
onde não havia delegado de plantão, e logo em seguida, os policiais decidiram
levá-lo para a delegacia de Açailândia, onde ficou até adoecer e ser internado.
O Ministério Público já está apurando o caso e colhendo depoimentos de
testemunhas.
De acordo
com informações prestadas ao Sinproesemma, vários professores da escola,
principalmente Abedenego, considerado pela comunidade escolar um excelente
professor de Física, sofrem perseguição da direção escolar desde o final da
greve realizada em 2011. Abedenego e mais dois professores estavam suspensos de
suas atividades em sala de aula. A prisão arbitrária do educador aconteceu no
seu retorno à sala de aula, com o fim da suspensão de 60 dias.
Apesar de o
caso representar um grande ataque aos Direitos Humanos e de vários
profissionais da imprensa terem conhecimento do caso, inclusive entrevistas,
depoimentos, fotos e imagens, nenhum veículo de comunicação divulgou o
ocorrido, cabendo apenas aos blogs e ao Sinproesemma cumprir o papel de levar
informação à população, com a perspectiva que a justiça seja feita.
Fonte: Sinproesemma
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